por muito diferentes que pareçam

O livro de Jesus Ben-Sirá fala da Sabedoria como uma mãe que educa os seus filhos.
E todos – de certa maneira – reconhecemos o rosto dessa mãe na própria vida que dizemos que ensina,
na prudência, na ponderação, na paciência, no silêncio…
sentimos que sabedoria tem mais a ver com sabor do que com saber;
tem mais a ver com a construção de uma vida com sabor, com sentido
– qualquer que seja o contexto, qualquer que seja a crise -,
do que com receitas mais ou menos mágicas, pré-fabricadas, impessoais.
Os discípulos de Jesus, no texto de Marcos, parecem sentir-se proprietários de receitas,
parecem sentir-se proprietários do próprio “Yeshua”, do Deus-que-salva.
Mais uma vez, Jesus desfaz fronteiras
[é só por isto que ele morre; talvez pudéssemos dizer que é só “para” isto que ele vive:
se já nem fronteiras há entre Deus e nós, porquê haver entre irmãos?…].
Mais uma vez Jesus liberta,
e confirma que
“só amamos verdadeiramente o que não possuímos” [M. Proust].

[a propósito de Ben-Sirá 4,12-22 e Marcos 9,38-40]

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