O mistério do Reino de Deus que nós conhecemos pelas parábolas de Jesus,
prende-se com esta história desconcertante…
Jesus, um camponês dos subúrbios, atento à linguagem da terra,
apresenta-nos um agricultor
– que nós associamos logo a Deus Pai, ou ao próprio Jesus –
que não percebe nada de agricultura:
nem prepara a terra, nem escolhe os terrenos em melhores condições,
nem tem qualquer medida no uso das sementes…
Um leitor desprevenido diria que este agricultor é preguiçoso e gastador,
negligente e excessivo;
pelo que não merece boa colheita por falta de cálculo, de razoabilidade, e de método.
Esta é a linguagem do Reino que Jesus pede aos seus íntimos:
que os seus gestos e palavras sejam dom,
como a vida inteira pode ser, dom sem medida…
que os seus íntimos de Jesus, os que o buscam, sejam como este agricultor,
peritos em distribuir sementes, mais que a distinguir, separar e segregar terrenos…
capazes de dar, de gastar, de se dar a “todos os tipos de terreno”,
sem cálculos, ou justificações razoáveis…
que acreditem em todos, e sempre,
que não desistam de ninguém!
[a propósito de Mateus 13]
aquele que habita os céus sorri 